Clubes de assinatura made in Bahia crescem com a pandemia

A plataforma de streaming voltada para a cultura e entretenimento conta, hoje, com mais de 65 artistas, de sete diferentes cidades do país que integram e compõe o catálogo, além de 650 usuários. “Muitos deles assinam consomem a plataforma para conhecer outras obras e conhecer o que se é ou foi produzido. Nossos usuários têm acesso à todo o conteúdo gratuito disponível e os assinantes conseguem acessar todos os conteúdos”, comemora Victor.

A Stage Pluss é um modelo baseado nos clubes de assinantes, empreendimento que cresceu no Brasil no último ano, chegando a gerar mais de três mil novos negócios. A explicação para esse crescimento pode estar na pandemia, que terminou despertando novos comportamentos no consumidor que, agora, valoriza muito mais o acesso a produtos e serviços com conveniência, comodidade e utilidade.  Os clubes de assinatura também apresentam como vantagem o faturamento regular, o que auxilia no planejamento mensal dos empreendedores, possibilitando escalabilidade e ampliação do mercado. Em Salvador, além da Stage Pluss, o Site do Ovo e Afro Saúde começam a crescer nacionalmente.

Nichos

De acordo com a gerente adjunta de Marketing e Comunicação do Sebrae Bahia, Alice Vargas, o modelo de negócio de Clube de Assinatura é baseado em dois pilares: na economia da recorrência, que nasceu a partir de 2000 com o novo mercado global, e na associação de membros, ou seja, comunidade de pessoas ativas e interessadas em um nicho específico. 

“Esse tipo de negócio é baseado na resolução de uma demanda de mercado com conveniência e entrega infinita de produtos e serviços”, esclarece, lembrando que existem clubes de assinatura de livros, vinho, doces, papelaria, higiene masculina, itens para mães, semijóias, roupas pra gestantes, artigos esportivos, produtos de limpeza, sexshop, gravatas, de alimentos diversos. “Mas também existem de serviços de saúde, de conteúdo online e de streaming, como Netflix e Spotify. Este tipo de negócio não entrega apenas produtos ou serviços, mas conveniência, comodidade e utilidade”, completa.

A representante do Sebrae lembra que os clubes de assinatura são uma estratégia de venda e podem ser registrados de acordo o Código Nacional de Atividade Empresarial (CNAE) como promotor de vendas (serviço), provedor de Conteúdo ou Comércio de algum produto, para um produto específico. “A depender da projeção de faturamento, é que se deve definir o porte do negócio, podendo até iniciar como MEI (Microempreendedor Individual). Para iniciar já como ME (Microempresa), o Sebrae indica buscar um profissional contábil para abertura do negócio”, esclarece.

Outro exemplo soteropolitano é AfroSaúde, que surgiu em 2019 como uma startup de impacto social, que visa desenvolver soluções tecnológicas em serviços de saúde focada em diversidade. “Atualmente, o nosso principal produto, que é a plataforma que conecta profissionais de saúde negros a pacientes, conta com cerca de 900 profissionais de todo o Brasil cadastrados e mais de 1.200 pacientes que acessam os serviços oferecidos”, conta Igor Leo Rocha, sócio-fundador.

Na plataforma, além de buscar os profissionais de Saúde em mais de 30 atuações mapeadas, passando pela Medicina, Psicologia, Nutrição e Terapias Integrativas, o paciente pode agendar uma consulta, escolher entre o atendimento presencial ou online, e ter acesso às funcionalidades como receituário eletrônico, requisição e envio de exames, por exemplo.
“Para a AfroSaúde, que precisava validar no mercado uma solução e não dispunha de muitos recursos financeiros, o modelo de negócio baseado em assinaturas se tornou muito relevante para gerar receita em um primeiro momento, principalmente por conta da recorrência, já que os planos são de, no mínimo, 12 meses”, avalia Rocha.

Gênese

Alice diz que para implantar um clube de assinaturas é preciso a oferta de um produto ou serviço capaz de causar impressão de grande valor percebido pelo seu cliente em comparação ao preço cobrado: “A primeira pergunta a ser feita é: Por que devo assinar, ao invés de comprar diretamente na loja? Depois o empreendedor precisa saber para este tipo de produto ou serviço, existe demanda de recorrência?”, orienta.

A gerente adjunta de marketing diz que, para cada tipo de negócio, é preciso fazer um estudo de mercado, que auxilia o direcionamento de maneira mais assertiva e as ações e estratégias do negócio. “Com o estudo, o empreendedor poderá analisar o seu público-alvo, o comportamento de compra do consumidor, analisar a concorrência, as ameaças e as oportunidades, e as principais tendências. E assim identificar se há mercado para crescer e retorno financeiro do negócio a curto e longo prazo”, ensina.

O clube de assinatura vai requerer ainda uma logística muito estruturada e uma rede de fornecedores parceiros para manter a periodicidade combinada com o cliente. Como há uma especialidade no público, o clube vai pedir uma curadoria de produtos relevante. “Diante disso, a busca pela inovação constante, o foco no marketing digital e formas de atrair e fidelizar os clientes se tornam instrumentos fundamentais para a viabilidade do negócio”, completa Alice.

Para finalizar, a gerente do Sebrae destaca que, como em qualquer negócio, o primeiro passo para ter um clube de assinaturas é elaborar o modelo de negócio, que é a estruturação básica, contendo a lógica de criação, entrega e captura de valor da empresa. “Depois, partir para a elaboração do documento Plano de Negócio e análise de viabilidade do novo empreendimento. O Sebrae apoia nestas duas fases, com orientação e oficinas, presenciais e online”, conclui.


Um clube de assinatura requer:

•         Grande engajamento dos clientes, a fim de que continuem motivados a pagar pelo serviço

•         Produtos diferenciados e exclusivos

•         Embalagem e preço diferenciado (pensar na lógica da “caixa de produtos”)

•         Estruturação de planos simples com preços diferenciados

•         Entrega periódica, e também de bônus que agregue valor

•         Entrega infinita, afinal, trabalha com recorrência

•         É um negócio para uma comunidade.

Cursos de “Como Fazer Estudo de Mercado” e “Modelo de Negócios” são gratuitos e online, e acontecem via Instagram. Inscrições: https://bit.ly/cursoinstagram_mkt

Para saber mais: 

A Comunidade AfroSaúde encerrou o ciclo de 12 meses e, agora, está preparando novidades para abrir inscrições para novos integrantes. O cadastro reserva pode ser feito pelo site https://comunidade.afrosaude.com.br.
Site da AfroSaúde: www.afrosaude.com.br.

O investimento mínimo da Stage é de R$ 19,90/ mês para o acesso básico, e o máximo é R$ 29,90 para os usuários premium. Acessar www.stagepluss.com.

Fonte: Correio 24 Horas

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