Dudu Cearense relembra sucesso na Europa e lamenta não ter encerrado a carreira no Vitória

A Fábrica de Talentos, como ficou conhecida por muitos a Divisão de Base do Vitória, revelou diversos atletas que brilharam nos cenários nacional e internacional do futebol. Um deles foi o volante Dudu Cearense.

O jogador chegou ao clube com 15 anos, se profissionalizou e em seguida brilhou na Europa, o que o fez chegar à Seleção Brasileira. Nesta quarta-feira (20), o ex-atleta, hoje com 37 anos, concedeu entrevista à Equipe dos Galáticos em relembrou a carreira. 

“Sou grato eternamente ao Vitória, mas minha história começou antes. Foi lá em Fortaleza, jogando no calçamento, time de várzea, depois na escola. Depois joguei no BNB e no ABB, melhor time de salão da cidade. Meu pai depois começou a falar que eu tinha que jogar no campo, no Ceará. Fiz o teste no Ceará e assinei contrato, mas fiquei pouco tempo. Disputei o Torneio Raimundo Fagner, arrebentei e tinha um olheiro do Vitória. Me fizeram o convite. Eu cheguei com 60 garotos lá para fazer teste. Graças a Deus passei e aí começou minha passagem no Vitória”, revelou.

Dudu também recordou a ascensão meteórica para o time profissional. “Foi no meu primeiro ano de júnior. Eu ia disputar a Copa São Paulo, mas o Xavier e outro volante, que não me lembro, se machucaram. Me falaram que eu não poderia viajar, pois teria que me apresentar no profissional. O técnico era o Mário Sérgio, que faleceu. Não saí mais. Fui, praticamente, do juvenil direto para o profissional. Fiquei muito pouco nos juniores”.

Do Rubro-Negro, o então volante se transferiu para o futebol japonês, mas se destacou, mesmo, foi na Europa. “No CSKA (Rússia) e no Olympiakos (Grécia) fui muito bem. Foram os melhores anos da minha vida. Seis anos jogando em alto nível. Joguei quatro anos a Champions League. Um presente de Deus ouvir aquela música. Joguei com grandes jogadores, contra Arsenal, Inter de Milão. Um altíssimo nível”.

Já sobre o retorno ao Brasil, ele revelou ter passado por dificuldades. “Quando voltei ao Brasil já estava com 30 anos e tive que me readaptar, à forma de treinamento, à maneira de jogar, à imprensa. Cheguei no Atlético-MG, que não tinha uma equipe forte, e não deu certo. Fui campeão mineiro, mas não fui bem. Tinha que sair de lá e na minha cabeça tinha que voltar para a Europa. Passei no Goiás, mas fui para a eu Europa, no OFI Creta-GRE, um time menor. De lá fui para Israel e voltei novamente para o Brasil, com 31 anos, uma idade que ninguém valoriza mais o jogador. Tive que recomeçar minha carreira no Fortaleza, na Série C, em 2015, e acabei não sendo muito utilizado pelo técnico da época. Em 2016, com a saída desse técnico, comecei a ter sequência e, resultado, fui para o Botafogo”.

O ex-jogador encerrou a carreira no time carioca, mas seu desejo, mesmo, era pendurar as chuteiras no Leão. Sobre desacerto para voltar ao clube onde foi revelado, ele lamentou.

“Foi o mesmo treinador da época que não joguei no Fortaleza, o Marcelo Chamusca. Mas, não tenho nada contra ele, não tenho raiva. Eu queria encerrar a carreira no Vitória, tive reunião com o Chico Salles (ex-vice-presidente), mas precisava do aval dele (Chamusca). Eu não queria voltar para o Vitória e ser titular em todos os jogos. Eu queria ajudar no vestiário, levar uma mentalidade vencedora para os mais jovens. O que ouvia na época era que o clube estava uma bagunça. Eu não queria ganhar dinheiro no Vitória, era só para pagar minhas contas. O que queria era ajudar o clube onde fui revelado, mas o treinador não quis, infelizmente”.

Após a aposentadoria, Dudu Cearense se tornou empresário. Ao final do bate-papo, ele comentou sobre as novas atividades. 

“Hoje tenho minhas empresas de educação financeira. Com essa pandemia, estou trabalhando de forma remota. Também estou com outros projetos legais. Também dou mentoria para atletas, durante seis meses, para que em seguida eles sigam a carreira. Além disso, estou começando, aos poucos, a agenciar alguns atletas”, concluiu.

O ex-volante chegou ao Vitória em 1998, permaneceu por cinco temporadas e foi vendido ao Kashiwa Reysol, do Japão. Em seguida, passou por Rennes-FRA, CSKA Moscou-RUS, Olympiakos-GRE, Atlético-MG, Goiás, OFI Creta-GRE, Maccabi Netanya-ISR, Fortaleza e Botafogo. Pela Seleção Brasileira, foi campeão mundial Sub-20, em 2003, e da Copa América, em 2004.

Fonte: https://www.galaticosonline.com/noticia/20/05/2020/91879,dudu-cearense-relembra-sucesso-na-europa-e-lamenta-nao-ter-encerrado-a-carreira-no-vitoria.html

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